21/09/2006 - Estado de Minas / Diário da Tarde
Central fabricava cartões clonados
Por: Marcos Michelin
Três dias depois de ganhar liberdade provisória da Justiça de Santos Dumont, para que respondesse em liberdade a processo por uso de cartão bancário clonado, o técnico em eletrônica Edilson Martin Sobrinho, de 51 anos, foi novamente preso, segunda-feira, por agentes da 2ª Delegacia Especializada de Repressão de Roubo a Bancos (DERRB), em uma casa, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, onde mantinha uma central para confecção e clonagem de cartões de crédito e débito. Foi apreendido todo o maquinário usado para o golpe, além de cerca de 3 mil cartões, muitos já preparados para uso. A polícia investiga o envolvimento de comerciantes e empresários no esquema de falsificação. "Oito pessoas estão sendo investigadas e vamos pedir à Justiça mandados de prisão para três delas", informou o delegado Hugo Malhano dos Santos. Segundo a polícia, Edilson faria o elo final da organização criminosa. Ele receberia as informações constantes nas tarjas dos cartões fornecidas por comerciantes, que manteriam máquinas para essa finalidade em suas lojas. Feitos os cartões, esses eram enviados pelos correios para todo o país. Segundo o delegado Santos, uma ramificação da organização fazia o repasse dos produtos para revenda, redistribuindo o dinheiro entre as partes. Em poder de Edilson foi encontrado material de computação gráfica e impressora para montagem dos cartões, fabricada na Europa. Todo o material foi avaliado em R$ 100 mil. A polícia informou que Edilson cobrava até R$ 600 por cartão e estaria no esquema há mais tempo. Em maio de 1999, a polícia encontrou em seu apartamento, no Bairro Caiçara, onde ainda reside, mais de 4 mil cartões clonados, além de computadores, impressoras e maquinas. Os agentes estão no seu encalço há três meses. As investigações foram iniciadas depois da prisão de dois jovens que usavam cartões de crédito clonados na compra de televisões e notebooks, revendidos para comerciantes ligados ao esquema. Os cartões teriam sido adquiridos com Edilson. Segundo a polícia, o técnico usava carteira de identidade falsa, em nome de Agenor Antônio Dutra, e também trocava de celular toda semana. Na segunda-feira, a equipe da 2ª DERRB conseguiu localizá-lo, depois da informação de que havia comprado um Santana e estaria no Bairro Caiçara. Os policiais ficaram de vigília durante todo o dia e acompanharam Edilson até o Bairro Tereza Cristina, em São Joaquim de Bicas. Ali o técnico em eletrônica mantinha sua central de produção dos cartões.