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12/08/2008 - Gazeta do Sul
Doméstica quase cai no golpe do seqüestro
Por: Jansle Appel Junior
O golpe do seqüestro por pouco não fez mais uma vítima em Santa Cruz do Sul. Desta vez, o alvo foi uma empregada doméstica de 57 anos. Assustada e com medo de que possa ser abordada mais uma vez, ela pediu para não ter o nome divulgado.
Na manhã de ontem, quando já trabalhava na casa dos patrões, no Bairro Arroio Grande, ela atendeu o telefone da moradia. Era uma ligação a cobrar. Do outro lado da linha, um homem informava que havia tomado a filha dela como refém. “Tô com a tua filha aqui. Seqüestrei ela no banco e quero dinheiro”.
A vítima teve motivos para acreditar na história. No domingo, a filha da senhora tinha ido até o banco para sacar um benefício. Como era fim de semana, não conseguiu concluir a operação e deixou para passar novamente na agência nesta segunda-feira. O fato de o criminoso ter mencionado o estabelecimento convenceu a doméstica do outro lado da linha.
“Eu estava nervosa, acreditei. Ele disse também que estava com as duas crianças dela. E a minha filha tem dois mesmo, de seis meses e dois anos. Uma mulher falou comigo como se fosse ela e ao fundo tinha um choro de criança”, conta. O bandido queria R$ 20 mil como resgate, valor que a vítima afirmou ser impossível de pagar. “Eu ganho um salário. A gente é pobre, não tem nada. Nunca teria condições”.
O suposto seqüestrador insistiu e tentou usar a fragilidade emocional dela, arrancando mais informações. Mas acabou desistindo. “Eu disse a ele que estava se envolvendo com uma pessoa que não tinha nada para dar, nem o salário desse mês. Me mandou calar a boca e falou que estava cheio de tanto eu falar”.
CIDADE BAIXA
Ela só se convenceu de que se tratava de uma farsa depois que os patrões a alertaram e quando o criminoso perguntou se ela estava no Bairro Cidade Baixa, que fica em Porto Alegre. A vítima, que sofre de problemas cardíacos, precisou ser medicada na tarde de ontem. Ela só ficou mais calma depois que conseguiu ligar para a filha e confirmar que estava tudo bem. “Já acompanhei vários casos desse golpe do seqüestro pelas notícias, mas fiquei muito nervosa e o bandido foi convincente”.
A polícia acredita que na maioria dos casos os estelionatários telefonam sem realizar levantamentos preliminares. A estratégia é deixar a vítima confusa, por meio de um jogo psicológico de palavras e ameaças, que transmitem a nítida impressão de conhecerem a intimidade do interlocutor. A dificuldade em identificar tais bandidos se deve ao emprego, nos golpes, de linhas de celulares pré-pagos, registradas com nomes falsos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Suspeita-se que presidiários destes estados sejam os autores do esquema.
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