29/08/2006 - O Dia Online
Biometria, o futuro financeiro na ponta dos dedos
Tecnologia em fase de teste eliminaria de vez o cartão magnético, senhas e burocracia Diogo Dantas Rio - Um dos temas a serem debatidos no segundo C4 - Congresso de Cartões e Crédito ao consumidor, que acontece a partir desta terça-feira no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, é a Biometria. O mercado que movimentará mais de R$ 2 bilhões este ano no mundo, segundo o International Biometric Group, está cada vez mais presente no Brasil. Ciência capaz de identificar indivíduos pelas características físicas ou comportamentais, por meio de processos informatizados, a Biometria pode ser aplicada de duas formas: por dado contido em cartão ou na ou por um banco de dados onde se busca uma identificação do usuário, como sua data de nascimento, por exemplo. A necessidade de aumento de segurança e credibilidade em processos informatizados tem sido um fator determinante para a expansão da tecnologia. Ela pode ser usada em condomínios, portas de elevador, notebooks, acesso a academia, eliminando a necessidade de administrar cartões. Além disso, proporciona o conhecimento das pessoas que entram e saem em um ambiente. O nível de proteção contra fraude, falsificações, bloqueio de catracas, cancelas ou portas é muito alto. Mas para o organizador do congresso, Alvaro Mudas, a clonagem é inevitável em algum momento, mas sempre haverão novidades para burlá-la. "Isso é uma briga constante entre os malandros que estão sempre inventando coisas novas para falsificar desde documentos até passaportes. Na Biometria isso é difícil pois os aparelhos experimentados exigem, além da impressão digital, uma certa temperatura, própria do sangue do indivíduo, o que ainda está sendo testado", esclarece. Mudas crê também que a tecnologia foi impulsionada não só pela facilidade ao consumidor, como também pela aquisição de dívidas de clientes pelos bancos, alvos de fraudes e clonagem de cartões. " são as duas coisas. Isso faz parte de um aperfeiçoamento, buscando conforto, conveniência e segurança. A biometria faz as duas coisas. Você é sua senha, há mais facilidade para o consumidor", sustenta. Menos burocracia para o cliente, mais complexidade técnica O funcionamento não é nada simples. Um sensor ótico decifra a identidade da pessoa. Veias das mãos, estrutura óssea do rosto, forma de caminhar, íris ou impressão digital servem como dado de análise. A Biometria detecta pontos que formarão diversos triângulos digitalmente. Com os pontos de interseção que se formam, captura-se um algoritmo, uma equação, que é guardada como própria daquela pessoa. Não é apenas uma imagem das linhas. Ao ser consultado o sistema varre 35 mil informações por segundo, com uma segurança de 99,99%. Desta forma, não é necessário a lembrança de uma senha. No Congresso Nacional Brasileiro já existe um sistema de identificação pela impressão digital para registrar a freqüência e autenticidade dos deputados na votação. Acredita-se que a biometria viabilizará a expansão dos sistemas de pagamento e micro-pagamento, compensação e liquidação financeira, já em operação na Internet, e que serão, ao longo dos próximos anos, aperfeiçoados e mais seguros. Segundo Gemma Rebollo, diretora de e-Business da TIVIT, o cartão de crédito tem menor risco de ser fraudado com a novidade.
"O cartão de crédito, neste momento não deverá ser substituído ou abandonado, porém a tecnologia biométrica complementa e dá maior segurança para as instituições financeiras. É eficiente na medida em que auxilia no combate ŕs fraudes de cartão não só no segmento financeiro, como também em outras áreas", explica.