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27/12/2007 - Rádio Grande FM
Fraude da água pode ser maior no frango temperado
Denúncias feitas ao Correio do Estado, na semana passada, apontam que as irregularidades cometidas pelas indústrias em frangos temperados podem ser muito superiores às fraudes registradas nos frangos congelados. Enquanto a água adicionada em algumas marcas de frango congelado comercializadas em Mato Grosso do Sul se aproxima do dobro do índice permitido por lei – chegando a 11% quando o máximo é 6% –, a fraude nos frangos temperados chega a incorporar até 40% de água e/ou salmoura nas aves, segundo informações de consumidores e de setores da indústria abatedoura de frangos que preferem não ter suas identidades divulgadas.
Na edição de ontem, reportagem do Correio do Estado revelou que fiscalizações da Superintendência Federal da Agricultura em MS (SFA), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), comprovam que o volume de água presente em algumas marcas de frango congelado revendidas no Estado chega a 11% do peso final do produto, ou seja, cinco pontos percentuais de água além do permitido.
No caso do frango temperado, no entanto, o Ministério da Agricultura recomenda incorporação de percentual máximo de 20% de água e salmoura – utilizada como tempero – nos frangos, além disso, as empresas são obrigadas a incluir na embalagem o percentual de solução líquida e de tempero aplicados nas aves, de forma que o consumidor possa comprar o produto conhecendo o volume de água e tempero. O Correio do Estado encontrou, no entanto, frangos temperados comercializados sem a especificação de percentual de água e tempero.
Embora a exigência ministerial seja clara quanto aos procedimentos corretos, fontes do setor avícola afirmam que falhas nas fiscalizações têm facilitado a adição de água e tempero em percentual muito superior ao recomendado.
Diferentemente das fiscalizações realizadas nos frangos congelados, que são executadas em produtos recolhidos diretamente das gôndolas de supermercados, as inspeções feitas nos frangos temperados ocorrem dentro das indústrias e são efetuadas por técnicos da SFA que trabalham nos abatedouros. Segundo as denúncias recebidas pelo Correio do Estado, apesar das fiscalizações internas, alguns produtos revendidos aos consumidores chegam a ter até 40% de água e salmoura, uma vez que a ausência de metodologia para fiscalizar o produto temperado que chega aos supermercados dificulta a comprovação de irregularidades, ou seja, facilita a fraude.
De acordo com a Superintendência Federal de Agricultura, os médico-veterinários e os agentes de inspeção presentes nas indústrias comunicam a Superintendência qualquer irregularidade, mas o número de inconformidades é pequeno no Estado. A SFA, bem como o Procon/MS e o Ministério Público Estadual, dá início a investigações mais rigorosas em frangos quando consumidores fazem denúncias formais sobre possíveis fraudes nos produtos. No entanto, o número de reclamações formais é pequeno no Estado.
Fontes de indústrias locais sugerem que as fiscalizações nos frangos temperados sejam efetuadas também nos produtos já disponíveis nas gôndolas e com o acompanhamento dos órgãos de defesa do consumidor, como forma de minimizar possíveis irregularidades cometidas dentro das indústrias no produto temperado, e que não tenham sido identificadas pelos técnicos da SFA presentes nos abatedouros.
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