|
10/05/2006 - Último Segundo / Agência EFE
Corrupção no setor de saúde representa 15% do gasto total
A corrupção no setor de saúde em escala mundial chega a cerca de 15% dos US$ 3 trilhões correspondentes a seu gasto total, mas seu verdadeiro preço se paga com vidas humanas, assegurou hoje em Genebra a ONG Transparência Internacional (TI).
"A corrupção é uma questão de vida ou morte porque quando ocorre pode matar, e o faz ao introduzir no mercado remédios falsificados, aumentar os preços dos tratamentos e desviar fundos do sistema de saúde", disse em entrevista coletiva a presidente da TI, Huguette Labelle.
A canadense disse que embora as pessoas de poucos recursos "possam ter mais chances" de cair nessas práticas, os subornos e a fraude ocorrem em todos os níveis e em todos os países.
O relatório anual da TI, uma ONG que se dedica exclusivamente à luta contra a corrupção, aponta que os abusos mais comuns vão do roubo de equipamentos e medicamentos até a falsificação de documentos e o pedido de favores em troca de receitar determinados fármacos ou oferecer certos serviços.
Labelle indicou, além disso, "que quanto mais alto é o cargo, maior é o suborno" e que os maiores afetados por essa falta de honestidade são os idosos, as crianças e os pobres.
Por sua parte, o responsável do Departamento de Políticas e Normas Farmacêuticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Hogerzeil, disse na mesma entrevista coletiva que a complexidade do setor está na base de sua vulnerabilidade em relação a esse tipo de excessos.
"Alguns fármacos, como os anti-retrovirais, são tomados sem se ter a mínima idéia sobre se vão funcionar ou não, e uma pessoa pode estar há meses dependendo de um medicamento falsificado sem perceber isso. Quem sabe se sua qualidade é a prometida e qual é seu valor real?", questionou Hogerzeil.
O analista da OMS afirmou que para isso é preciso confiar nas autoridades, mas assinalou que nos países corruptos "o excesso de regulamento e o fato de uma pessoa ser responsável por mais de um cargo ao mesmo tempo, abrem a porta para esses desvios".
Enfrentá-los, segundo Hogerzeil, requer um enfoque disciplinar dirigido às altas instâncias do sistema e outro moral, que promova a integridade no restante dos trabalhadores.
Além disso, a presidente da TI ressaltou que o controle independente das políticas de saúde e a transparência dos orçamentos dos projetos em hospitais e centros de saúde são algumas das medidas recomendadas para tentar reduzir a corrupção.
"Preveni-la é possível, mas para assegurar-nos de que é um problema do passado e não do futuro é necessária a colaboração dos Governos e dos responsáveis do sistema de saúde", disse.
Página principal do Clipping | Escreva um Comentário | Enviar Notícia por e-mail a um Amigo |
Notícia lida 511 vezes |
O artigo aqui reproduzido é de exclusiva responsabilidade do relativo autor e/ou do órgão de imprensa que o publicou (indicados na topo da página) e que detém todos os direitos. Os comentários publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores. O site "Monitor das Fraudes" e seus administradores, autores e demais colaboradores, não avalizam as informações contidas neste artigo e/ou nos comentários publicados, nem se responsabilizam por elas.
![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Copyright © 1999-2019 - Todos os direitos reservados. | Eventos | Humor | Mapa do Site | Contatos | Aviso Legal | Principal |