27/04/2006 - Diário do Nordeste
Vírus da corrupção
Por: Ivan Mendes
O vírus da corrupção, por falta de um remédio forte para erradicá-lo, é uma ameaça permanente ao organismo de vários países do mundo. Ele contamina instituições públicas e privadas, até então consideradas sérias e inatacáveis, sendo a população a maior vítima, pois não sabe mais em quem acreditar. Estudo da Transparência Internacional, por exemplo, elaborado com base em pesquisa promovida pelo Instituto Gallup, em 69 países, revelou as instituições mais corruptas, numa escala de 1 a 5, em que 1 significa sem corrupção e 5 extremamente corrupto. Pela ordem, foram classificadas como mais corruptas, em nível mundial, partidos políticos com nota 4, parlamentos 3,7, polícia 3,6, sistema judiciário 3,5, corporações empresariais 3,4, ONGs 2,8 e Organizações Religiosas 2,6. O levantamento, divulgado em 12 de dezembro de 2005, envolveu 55 mil pessoas, entre maio e outubro de 2005 e é realizado pelo 3º ano consecutivo.
Embora o Brasil não esteja nessa relação, a história mostra que esse mal afeta o país desde o período imperial, quando já se registrava o contrabando do pau-brasil. Nos dias atuais, a corrupção é praticada de forma abusiva e o pior é que os culpados nem sempre são punidos como deveriam, ou seja, de acordo com os vigores da lei. Os resultados das CPIs, instaladas no Congresso Nacional, são exemplos que envergonham qualquer país sério, uma vez que, dos 18 envolvidos nos rumorosos casos do mensalão e dos Correios, apenas uma minoria foi punida com a perda do mandato parlamentar. Que os lamentáveis episódios possam servir de reflexão para o povo brasileiro, principalmente neste ano de 2006, quando serão realizadas eleições para Presidente da República, Senado Federal, Câmara dos Deputados, governos estaduais e assembléias legislativas. Já é tempo de eliminar o terrível vírus que corrói, impiedosamente, o organismo de qualquer país que almeje alcançar o caminho do desenvolvimento.