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29/07/2012 - Jornal Pequeno / Folha Online
Órgão multa empresa controlada pela nora do senador em R$ 70 mil.
Coaf confirma irregularidades em transações da família Sarney
Por: José Ernesto Credendio
O Coaf, órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, confirmou irregularidades em transações financeiras realizadas pela família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA), e aplicou multa a Teresa Murad Sarney, nora do senador. Teresa controlava a empresa São Luís Factoring, intermediária de operações financeiras da família.
A multa, de R$ 70 mil, foi aplicada pela Secretaria Executiva do Coaf à nora e à empresa. Ainda cabe recurso. Segundo o órgão, a empresa realizava as transações sem informar que havia dinheiro da família Sarney, que são as chamadas PEPs (pessoas expostas politicamente) e alvos dos órgãos de controle. Também escondia as próprias movimentações de recursos.
Teresa é casada com Fernando, filho do peemedebista e principal responsável pelos negócios da família. Na época da abertura do inquérito da Polícia Federal, o Coaf informou ter encontrado R$ 2 milhões em operações “atípicas” atribuídas a Fernando e a Teresa.
Foram as atividades da empresa de factoring que levaram a Polícia Federal a investigar Fernando na operação Boi Barrica (depois Faktor), realizada em 2007.
Segundo a PF, a empresa foi criada somente com o objetivo de prestar serviços ao grupo. No relatório da operação, a polícia cita que havia “inúmeros” depósitos em dinheiro na conta da factoring.
A operação que teve as provas anuladas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em setembro de 2011. Segundo o ministro do STJ, grampos que originaram as quebras de sigilo foram ilegais. O Ministério Público Federal recorreu da decisão.
Apesar da anulação da operação da Polícia Federal, o Coaf manteve o procedimento administrativo. A decisão, da secretaria executiva do Coaf, saiu há cerca de 30 dias. Também foi condenado João Odilon Soares Filho, que havia sido indiciado por instituição financeira irregular, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Soares era sócio minoritário da empresa, que tem o mesmo endereço da TV Mirante, que pertence à família.
O inquérito da Boi Barrica, que quebrou sigilos e realizou escutas telefônicas, apontou indícios de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. De 2002 a 2006, a empresa de factoring movimentou R$ 42 milhões, apesar de ter informado ter obtido receita de R$ 1,7 milhão, em valores da época.
Outro lado – A Folha procurou ouvir Teresa na TV Mirante e foi orientada a enviar e-mail a Soares Filho. Também encaminhou a mesma mensagem ao endereço usado por Fernando Sarney. Nenhum deles respondeu até o fechamento desta edição.
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