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19/09/2007 - O Globo Online
Quadrilhas de assaltantes e golpistas agem na 25 de Março
SÃO PAULO - Eestelionatários agem à luz do dia na região da Rua 25 de Março, maior centro de comércio popular do país. Eles ficam à espera de vítimas que esperam conseguir dinheiro fácil adivinhando sob que tampa está escondida uma bolinha. O que as vítimas não sabem é que não há como ganhar no jogo, porque o golpista consegue tirar a bolinha que deveria estar sob a tampa do tabuleiro, sem que o apostador perceba.
Uma das vítimas, uma jovem, filmada pela reportagem do SPTV, perdeu R$ 50 no jogo. Ela tentou reaver o dinheiro da aposta, mas foi empurrada por falsos jogadores que ficam em volta do tabuleiro, apoiando o golpista. As vítimas seguintes, um casal, perderam R$ 100 que foram roubados quando eles tentavam separar o dinheiro da aposta. Os golpistas cercaram o casal e os acertaram com chutes e empurrões. Os assaltantes, um homem e uma mulher, trocam a camiseta rapidamente, em meio a multidão para não serem reconhecidos. Eles ainda seguem as vítimas por alguns metros para ter certeza de que não serão denunciados a policiais que estão na região. As vítimas não denunciam o caso.
Trombadões também agem livremente na região atacando pedestres. Pelo menos cinco quadrilhas, com 10 integrantes cada, agem na região. A ação deles é sempre a mesmo. Eles cercam uma vítima e, enquanto um empurra, o outro puxa o dinheiro do bolso. Eles saem andando como se nada tivesse ocorrido. Em alguns casos, um dos trombadões até disfarça, aponta para outras pessoas, enquanto os comparsas fogem. As vítimas são escolhidas pelo volume que carregam no bolso ou por olheiros que ficam em portas de banco e avisam os ladrões.
Quase todas as quadrilhas têm mulheres envolvidas nos golpes, que ficam com parte do dinheiro do roubo. Poucos são os que reagem. Mas, em 20 dias, pelo menos uma pessoa foi morta acusada de pertencer a uma das quadrilhas. Segundo testemunhas, a vítima reconheceu o assaltante e voltou para se vingar.
A reportagem do Jornal Nacional filmou a ação das quadrilhas por quase um mês. Um dos ladrões, que foi reconhecido, foi seguido até em casa, na zona norte da capital. Em dias úteis, ele saía de casa de manhã, de carro ou com a mulher, e seguia para a estação do Metrô, como se seguisse para um dia típico de trabalho. As imagens o flagram na região da 25 de Março, durante novos assaltos e mostrando, orgulhoso, o que havia conseguido. O acusado foi preso nesta semana.
Prisão
Uma das quadrilhas de punguistas que agia na região da Rua 25 de Março foi presa por policiais da Delegacia de Repressão a Furtos do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado). Há dois meses, os ladrões vinham sendo monitorados pelos policiais e as prisões aconteceram entre segunda e terça-feira. Um dos ladrões empurrava a vítima, tirava o dinheiro do bolso, enquanto duas mulheres desviavam a atenção da pessoa.
O primeiro a ser preso foi o chaveiro Tiago Eric Silva, de 22 anos. Auxiliado por duas mulheres e um homem, ele roubou um comerciante de 42 anos, na esquina das ruas Barão de Duprat e Carlos de Souza Nazaré. Os policiais detiveram o chaveiro, mas os outros três comparsas fugiram.
Também na segunda, as equipes detiveram o ajudante José Wilson de Souza, de 48 anos, o chapeiro Pedro Alexandre Neto, de 38, e o lustrador João Eudes Oliveira, de 42. Os policiais perceberam a ação contra uma mulher que perdeu a bolsa. O ataque aconteceu na mesma esquina. Outros dois indivíduos fugiram, mas acabaram presos nesta terça quando rondavam a mesma esquina. Eles foram identificados como os vendedores autônomos Carlos Antônio da Silva, o Ceara, de 49 anos, e Edivaldo Alves Pires, de 47. A Justiça decretou prisão temporária dos acusados.
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