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04/11/2010 - Agência RBS / Diário Gaucho
Falso engenheiro enganou pessoas que estavam atrás de emprego, um hotel, uma locadora de veículos e uma policlínica. Golpista tem ficha grande.
Vigarista passa a perna em desempregados
Por: Mariana Mondini
Um falso empresário enganou cerca de 20 pessoas em Esteio, em menos de uma semana. Apresentando-se como engenheiro e empresário do ramo da terraplenagem, Fabiano Aurélio de Oliveira Adami, 38 anos, chegou a lucrar mais de R$ 15 mil na cidade entre dinheiro pedido emprestado e dívidas não pagas.
Ontem, o delegado Leonel Baldasso, da DP de Esteio, pediu a prisão preventiva dele.
- Indiciamentos em quatro cidades
Fabiano já foi indiciado por estelionato em quatro cidades do Estado, desde 2000.
Natural de Caxias do Sul, o vigarista teria chegado em Esteio em 21 de outubro. Em um hotel no Centro, disse estar abrindo a filial de uma empresa.
– Ele chegou à noite. No outro dia, quando eu cheguei, ele se identificou como supervisor de uma empresa de Curitiba, que abriria filial aqui – contou uma das sócias do hotel, de 50 anos.
- “Ele é muito inteligente”
O suspeito, então, começou a recrutar empregados para a suposta empresa. Além disso, alugou veículos e providenciou exames médicos de admissão em uma policlínica. Ainda pediu os celulares de quatro das vítimas para instalar um sistema de rádio nos aparelhos.
– Ele pediu para organizar espaço para hospedar 40 funcionários. O rapaz tem uma ótima conversa, é inteligente, organizado, respeitador. Sabe de tudo de refinaria – relatou a dona do hotel.
- Fuga aconteceu no últmo dia 27
Pressionado pela proprietária do hotel a mostrar a documentação da empresa, Fabiano fugiu no último dia 27, dando prejuízo ao hotel, aos empregados recrutados, à policlínica e à locadora de automóveis.
– Chama atenção a ficha enorme de antecedentes, sempre enganando as pessoas. Tem o dom de ludibriar, faz isso desde 2000 – destacou o delegado Leonel.
- Ele levou a esperança”
Elisandra Pinto de Oliveira, 25 anos, foi a vítima que mais teve prejuízo. Natural de Candiota, no Sudoeste do Estado, ela veio para Capital para juntar dinheiro e mudar de vida.
Diário – Como você conheceu ele?
Elisandra – Fui apresentada a ele na policlínica. Eu estava fazendo os exames para sair da Refap. Aí, me chamou para trabalhar com ele.
Diário – Qual seria a sua função na empresa?
Elisandra – Eu ajudaria no recrutamento.
Diário – Qual foi o seu prejuízo?
Elisandra – Na quarta-feira (dia 27 de outubro), ele me pediu R$ 3,5 mil emprestado para pagar um suposto suborno. Ele ainda ia comprar notebooks (computador portátil) para os funcionários e disse que incluiria o meu. Então, pediu mais R$ 700. No dia, íamos para Curitiba para um treinamento. Gastei mais R$ 400 com a passagem. Foi um prejuízo de R$ 4,6 mil. Ah, ele ainda pegou meu celular.
Diário – Você nunca desconfiou?
Elisandra – Jamais ia imaginar que o gerente de uma empresa ia dar um golpe de R$ 5 mil. Ele não deixava a gente pensar. Era para todo mundo fazer tudo correndo. Agora, quando eu parei para pensar, vi que tinha muita coisa errada.
Diário – E agora, o que vai fazer?
Elisandra – Sei que não vou recuperar o meu dinheiro, mas que ele vai pagar. Ah, vai! Ele não levou só o meu dinheiro, levou a esperança, os sonhos, é muita decepção.
PARA ENTENDER
- De acordo com o delegado Leonel Baldasso, Fabiano aplica golpes no Estado desde 2000.
- Já atuou em cidades como Porto Alegre, Tramandaí e Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, e Salvador do Sul, no Vale do Caí.
- A DP de Esteio ainda não teve acesso aos inquéritos anteriores e não sabe que tipo de golpe foi aplicado nessas cidades.
- Persuasivo e bem informado, desta vez, ele se disse engenheiro encarregado de montar uma equipe para trabalhar na manutenção dos tanques da Refap.
- Por meio do boca a boca, foi recrutando pessoas para sua suposta empresa na cidade.
- Sempre falando ao celular, para evitar ser interrompido ou questionado pelas pessoas com quem conversava, reservou 40 camas em um hotel para hospedar os funcionários, providenciou exames admissionais e locou três veículos (dois Fox e uma van).
- Pediu os celulares dos recrutados alegando que instalaria um sistema de rádio nos aparelhos para diminuir o custo.
- Além disso, pediu dinheiro emprestado para uma empregada para acertar trâmites de licitações.
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